quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

pôr do sol imaginário

Música: City and Colour - Constant Knot



ps: acho que devo parar um pouco, me sinto tão monótono.

Meus desejos se transformam em uma navalha, cortando ainda mais, as profundas feridas que não se curam. A saudade caminha na minha cabeça, fazendo com que eu sinta dor, ao lembrar do que me fez sorrir um dia. Não consigo esquecer do quão doce é seu beijo, não consigo esquecer do quão aconchegante é seu abraço, não consigo esquecer do quão suave é sua voz. Minha mente é do contra, sempre esqueço o que eu quero lembrar, e sempre lembro o que eu quero esquecer. Eu queria reviver nossos momentos, eu queria viver os momentos que não vivemos. Eu acreditava no futuro que minha mente havia criado, eu acreditava que iria conseguir realizar meus sonhos, no qual você fazia parte da maioria.
Queria ver o pôr do sol, com você ao meu lado. Olhos brilhando com a linda cor do crepúsculo, o vento frio e gostoso, que iria nos transformar em lareiras. Esse momento ia ficar pra sempre em nossas cabeças, independente de qualquer coisa. Eu me perdia em pensamentos, tentando imaginar como seria esse momento e aguardando a oportunidade de te chamar para criá-lo, mas você se encontrava tão distante, que ao mesmo tempo que eu sentia a ponta dos seus dedos tocarem minha mão, eu sentia meu braço atravessar seus dedos quando eu tentava te segurar. Quanto mais distante você ficava, mais ficava forte meus desejos, que como navalha, cortavam minhas esperanças sem dó. Você não tinha sumido, estava tão perto, quanto meu nariz em meu rosto, mas isso era ruim, eu ainda tinha vontade de realizar meus sonhos, mesmo com a certeza de que era impossível. Tudo foi embora...
Mas eu ainda me conforto, quando imagino nós dois, vendo o pôr do sol.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

o destino se veste de palhaço

Música: J Minus - Someone For Everyone



O maior erro, está na hora em que se cria expectativas. Fui dominado por um amor e imenso e forte, fazendo com que eu acabasse esquecendo das coisas frágeis. Acabei dando total atenção para o que eu queria que acontecesse, deixando de lado o que realmente poderia acontecer. Coloquei meu traje de banho, e fui mergulhar no meu mundo de fantasias, onde tudo dar certo, onde tudo é perfeito, onde tudo é eterno. Ao sair do mergulho, quando a fantasia evapora, meu corpo tremia com o frio intenso e a brisa molhada que vinha com o vento da realidade. Demorei pra perceber que eu tentava construir um castelo de areia na chuva, que eu tentava plantar flores na fogueira. Percebi que eu fui mais outra vítima do destino, que usa uma fantasia transparente de palhaço. Desde então, eu tinha aprendido a lição, e pra não cair outra vez na armadilha, eu criei um clone, agora eu teria duas cabeças, pensando duas vezes. Agora eu estava protegido. Mas eu comecei a ficar arrogante com meu clone, e isso fez com que ele se afastasse, e eu voltaria a me precipitar. O destino sorriu pra mim e me deu de presente, um traje de banho, meu clone muito distante, tentou me avisar por telepatia, que eu ia dar outro mergulho em fantasias. Já era tarde...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

mesmo lugar

Música: Capulet - No Time Spoke The Clocks


[Texo inspirado em fatos da vida de um amigo próximo]

Eu tentei fugir do círculo que minha própria mente criou, recuperando o fôlego de outra corrida sem destino, já que eu corria, corria, e quando me dava conta, eu parava sempre no mesmo lugar. Esqueci de citar que no meio de toda corrida, eu sempre encontrava uma coisa que me deixava em pânico, era uma estátua e tinha uma placa com uma coisa escrita "Sou sua paixão" e o rosto dessa estátua, realmente era minha paixão. Era um tormento inimaginável, ela ficava sempre no mesmo lugar, e quando eu a via, não conseguia mais tirá-la da minha cabeça. Frustrei-me com várias e várias tentativas de ignorar a estátua, que parecia me encarar toda vez em que eu passava frente a ela, uma vez coloquei uma cortina, outra vez tentei quebrá-la a marteladas, já tentei até caminhar de mãos dadas com outra pessoa pra ver se eu a esquecia de vez. Mas foram falhas, todas as tentativas. Criei o meu teatro, pus uma máscara e tentei fingir o que eu sinto, tentei negar o que eu sinto, mas é evidente, tudo era perda de tempo, já que o que eu sinto, foi escrito com ferro quente e é cicatriz em minha testa. Então eu tinha que parar com tanto teatro, e acabei explodindo a estrutura do meu, e em seguida tirei a máscara. A cicatriz ficou exposta e não liguei em admitir. Vou correr de novo, sei que vou parar sempre no mesmo lugar, mesmo querendo fugir, e o que realmente quero é parar outra vez no mesmo lugar, dessa vez, vou abraçar a estátua. No meio do caminho eu a encontro, na mesma posição, do mesmo jeito, com a mesma placa que tem "Sou sua paixão" escrito, e resolvi ficar do lado dela. Mas espera aí, é uma estátua, será que ela enxerga minha cicatriz? Será que ela vai gostar disso? Não, ela é só uma estátua presa por raiz em minha cabeça, É só uma estátua... Mas será que existe possibilidades d'ela ganhar vida e por fim retribuir o que eu sinto?

sábado, 20 de fevereiro de 2010

pequena estrela de fábrica

Música: The Twilight Sad- Seven Years Of Letters





Pequena estrela de fábrica, que brilha forte ao me ver caminhar, iluminando toda escuridão que continha nessa estrada. Eu que mal colocava os pés pra fora de casa, acabei virando andarilho. Seria uma química viciante essa estrela? Pois eu estava dependente dela. As vezes acho que to vendo coisas, sempre que eu saio, vejo que aquela estrela tem um brilho mais forte, parece que ela fica feliz quando sente minha presença. Vou correr e comprar um telescópio, não vou me afastar dele, é a única formar de ficar próximo dessa estrela que brilha tão forte. Tornou-se parte do meu cotidiano, toda noite abrir a janela e só observar aquela estrela, que parecia brilhar só pra mim. Tudo era tão bonito, aquela estrela não era outra qualquer, aquela estrela foi feita para mim e será minha "pra sempre". Nesse mundo em que o amor transforma o chão de brasa em nuvens, eu não queria deixá-lo. Voltando ao habitual cotidiano, anoitecer, pegar meu telescópio e ir observar, observar a minha estrela. Dessa vez eu notei alguma coisa estranha, a minha estrela, havia mudado de cor, meus olhos se ergueram de susto, será que estou ficando alucinado? Deve ter sido o dia que foi bastante movimentado, estou cansado e estou a ver coisas. Mas não, no outro dia, a minha estrela estava de outra cor. Eu tinha que achar o que estava provocando isso, firmei meu olho no telescópio, eu tentei procurar alguma coisa, achei outras estrelas ao redor da minha, todo momento, essas estrelas tocavam na minha e ela mudava de cor. Minha estrela parou de brilhar forte pra mim e mudava de cor sempre, a minha estrela, estava mudando, a minha estrela, mudou por influência, a minha estrela não teve forças para manter seu brilho excêntrico, ela simplesmente cedeu a comentários das estrelas que queriam ela dentro da sua constelação. A minha estrela perdeu seu brilho, a cada dia que eu a via, a luz ficava cada vez mais fraca, a minha estrela está sumindo.
Mas o que eu tinha esquecido, é que minha estrela, era uma pequena estrela de fábrica.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

chave


Música: Saxon Shore- This Shameless Moment



A minha maior vontade, torna-se meu maior medo. Eu sei que se eu me entregar, no final vou me perder em lágrimas. Lágrimas que se conectam a meu coração em chamas, essa sintonia as transformam em bolas de fogo, que fazem minha alma gritar ao escorrer pelo rosto. Tento entender a intensidade desse sentimento, que transforma meu coração em uma AK-47 em toda vez que escutou seu nome. Essa arma desequilibrada, atira amor em seu alvo, esse alvo que tem um escudo impenetrável, fazendo com que minhas balas desistam só em vê-lo. Talvez eu use uma artilharia pesada, numa tentativa de acertar seu alvo, mas por que sua guarita invisível é tão quieta? Por que você não reage e tenta acertar meu alvo? Ou, por que você não deixa eu acertar o seu alvo? A brecha que eu dei, você acertou o meu. O seu tiro acertou bem no centro do meu alvo, mas não era uma bala, era uma seringa com um calmante em líquido. Minha visão foi ficando escura, meu corpo exausto e minhas pálpebras brigavam para não se fecharem, eu simplesmente, não sentia mais nada. Fragmentos de luz me fizeram despertar, eu estava amarrado e sentado em uma cadeira, eu estava preso em sua cela. Você conseguiu me prender de forma fácil e até me renderia pra ficar preso por boa vontade. Você entra na cela, com um caminhar cativante, tento ignorar seus olhos sedutores. Você toca seus lábios quentes nos meus, se aproxima do meu ouvido e sussurra juras de amor, o meu coração começa a atirar alegria e desespero para todos os lados. você percebe minha reação e resolve me soltar da cadeira, com um sorriso de orelha a orelha, seu corpo faz uma posição de quem espera um abraço, eu não hesito em abraçar, me aproximo do seu ouvido e pergunto.

- Pode me dar a chave agora? quero sair!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

paraíso negro

Música: Sigur Rós - Untitled #3


Essa loja que sempre fica de portas abertas, onde eu compro esperanças de má qualidade, que duram muito pouco. Essa loja onde eu compro os materiais para construir meu paraíso de eterna calma e felicidade, coloquei cada tijolo com cuidado para que ficasse firme e blindei as paredes, nada irá derrubá-los, bazucadas serão inúteis. Tentaram derrubar minha casa, tentaram de tudo, usaram a arma mais pesada e o máximo que conseguiram foram pequenos arranhões, enquanto eu relaxava e sorria de felicidade, realmente estava no meu lugar, quieto e calmo. O dia ensolarado era eufórico, poucas nuvens, uma brisa gostosa tocava meu corpo e meus olhos se fechavam tudo, estava perfeito. Ao abrir os olhos, vi as nuvens brancas correndo assustadas, logo em seguida avistei um exército de nuvens negras que vinham em direção a meu paraíso, previ uma catástrofe, as nuvens que emitiam flashes que me deixavam temporariamente cego. O meu paraíso está ficando negro e obscuro, o ambiente tornou-se tenebroso, os flashes contínuos e barulhos graves, parecia que algum gigante pregava algo ao lado da minha casa, as nuvens então criava uma coisa em espiral que descia em direção a meu paraíso e essa coisa ao tocar no chão, sugava tudo ao meu redor e estraçalhava. A minha casa ficou totalmente destruída e inútil e quando eu olhei para o lado, o meu muro ainda estava ali, firme e forte. Então tive que voltar na loja, comprar outra dose de esperanças e em seguida, outros materias, eu queria reconstruir meu paraíso, dessa vez, o alicerce ia segurar qualquer tempestade. Então meu paraíso estava de volta, o canto dos pássaros, o cheiro das flores, tudo voltava, a felicidade a calma, tudo... Mas ventava muito forte, eu fui pra dentro de casa até essa ventania passar, mas eu senti tudo tremer lá dentro e a parede formava rachaduras, eu saí correndo e vi minha casa forte, simplesmente cair, um simples vento... Ao olhar pro lado, vi pedaços quebrados dos tijolos do meu muro impossível de se derrubar, era impossível... Meu paraíso ficou negro outra vez e dessa vez ficou sem nada, sumiu tudo, o vento levou minha esperança, felicidade e minha calma. Ao caminhar sem rumo, vejo outra vez aquela loja, na qual quase entro, pra repetir a dose de tudo e depois ver tudo ir embora como se fosse nada, mas evitei me desgastar outra vez, eu fiz uma casinha de madeira e vou esperar a próxima catástrofe.

na mesa: então, esse texto é um tanto psicodélico, abstrato ou sei lá o quê, espero que alguém o entenda, pois eu acho que não vai ter sentido nenhum pra quem tá lendo e não sabe o que se passa ou tenta interpretar.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

cotidiano transtornado

Música: A Hope For Home - Redemption: A Grief Observed




luto para fugir das dores e curar minhas feridas
feridas que eu mesmo criei
procuro refúgio em meu mundo obscuro
mas os raios de luz roubam minha paz

as consequências dos meus atos
abalam os alicerces
o bloco frágil ameaça a quebrar
e sem hesitar se parte ao meio

não pensar me faz perder o jogo
na busca da melhora
acho a porta da desgraça
mas a vida não é injusta

a vida é uma incógnita
e eu sou o mentor da minha dor
não analiso a arena
e sempre caio nas armadilhas

a perspectiva de mudança
aparece na minha cabeça em toneladas
e somem em segundos
depois de um ato imaturo

a falta de controle é visível
e a probabilidade de mudar isso é baixa
o caminho é longo e as coisas podem mudar no decorrer
mas a esperança da mudança ainda é um broto

um broto que é bastante significante
já que antes, eram teias de aranha
enquanto isso me devaneio com as possibilidades
de um dia, chegar ao ponto, em que eu desejo.