sábado, 13 de fevereiro de 2010

paraíso negro

Música: Sigur Rós - Untitled #3


Essa loja que sempre fica de portas abertas, onde eu compro esperanças de má qualidade, que duram muito pouco. Essa loja onde eu compro os materiais para construir meu paraíso de eterna calma e felicidade, coloquei cada tijolo com cuidado para que ficasse firme e blindei as paredes, nada irá derrubá-los, bazucadas serão inúteis. Tentaram derrubar minha casa, tentaram de tudo, usaram a arma mais pesada e o máximo que conseguiram foram pequenos arranhões, enquanto eu relaxava e sorria de felicidade, realmente estava no meu lugar, quieto e calmo. O dia ensolarado era eufórico, poucas nuvens, uma brisa gostosa tocava meu corpo e meus olhos se fechavam tudo, estava perfeito. Ao abrir os olhos, vi as nuvens brancas correndo assustadas, logo em seguida avistei um exército de nuvens negras que vinham em direção a meu paraíso, previ uma catástrofe, as nuvens que emitiam flashes que me deixavam temporariamente cego. O meu paraíso está ficando negro e obscuro, o ambiente tornou-se tenebroso, os flashes contínuos e barulhos graves, parecia que algum gigante pregava algo ao lado da minha casa, as nuvens então criava uma coisa em espiral que descia em direção a meu paraíso e essa coisa ao tocar no chão, sugava tudo ao meu redor e estraçalhava. A minha casa ficou totalmente destruída e inútil e quando eu olhei para o lado, o meu muro ainda estava ali, firme e forte. Então tive que voltar na loja, comprar outra dose de esperanças e em seguida, outros materias, eu queria reconstruir meu paraíso, dessa vez, o alicerce ia segurar qualquer tempestade. Então meu paraíso estava de volta, o canto dos pássaros, o cheiro das flores, tudo voltava, a felicidade a calma, tudo... Mas ventava muito forte, eu fui pra dentro de casa até essa ventania passar, mas eu senti tudo tremer lá dentro e a parede formava rachaduras, eu saí correndo e vi minha casa forte, simplesmente cair, um simples vento... Ao olhar pro lado, vi pedaços quebrados dos tijolos do meu muro impossível de se derrubar, era impossível... Meu paraíso ficou negro outra vez e dessa vez ficou sem nada, sumiu tudo, o vento levou minha esperança, felicidade e minha calma. Ao caminhar sem rumo, vejo outra vez aquela loja, na qual quase entro, pra repetir a dose de tudo e depois ver tudo ir embora como se fosse nada, mas evitei me desgastar outra vez, eu fiz uma casinha de madeira e vou esperar a próxima catástrofe.

na mesa: então, esse texto é um tanto psicodélico, abstrato ou sei lá o quê, espero que alguém o entenda, pois eu acho que não vai ter sentido nenhum pra quem tá lendo e não sabe o que se passa ou tenta interpretar.

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