sexta-feira, 26 de março de 2010

sei lá!


Explosões no céu desenhado
Desafeto. Estou descrente.
Coração de madeira sendo devorado por cupins
Caneta falha para escrever uma nova esperança

Sentimentos são tocáveis e com sentimentos se brincam
Você não me deixaria brincar com seus brinquedos
Seus brinquedos são especiais para meus olhos
A dose de afeição some a cada dia

Compro a passagem pra mais um dia feliz
Rindo para as máscaras de porcelana
Carnaval sem fim movido a corda retórica
Bloco dos hipócritas de sucesso

Não dói usar um paletó de ácido
Mas é sufocante ficar a um metro de uma meta
Ver meus pés querendo voltar
E conformar-se com a toxina do pessimismo

Pássaro voa vagamente sem setas
Seu rumo é um caminho prolongado para a desgraça
Seus anjos atiram flechas em sua cabeça
E sua confiança esvazia, como água em copo furado

Ondas sonoras da sua canção vêm com alfinetes
Abraçando com cuidado e carinho o meu tímpano
Enviando frequências de dores para meu cérebro
Roubando meu ar a cada pulsação

Onde vende paz? Quanto é a paz?
Não existe paz de graça?
Não existe amostras de paz?
O que é paz?

Sua inércia espelha a minha dor
Seu silêncio torna as coisas incontestáveis
Aposente sua peraltice e viva seriamente
Só está perdendo o que lhe era sublime

Um salto de um tchau forçado e um abraço arrogante
Uma memória de dores que não quer sucumbir
Erros que rasgaram o que não se pode costurar
Te dou minhas costas como consolo

Abandono meu trajeto percorrido
E um banco torna-se melhor amigo
Guardo você em uma caixa de madeira
Queimo e meus olhos acompanham as cinzas

De um adeus, se termina o que não começou
De promessas, começa uma dor que não terminou
E na estrada há dois caminhos a serem seguidos
Escolha um e eu irei pelo outro

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