terça-feira, 30 de março de 2010

acontece


Deitei em vidros, nadei no fogo e corri no ar
Cutucando um leão feroz com as próprias mãos
Procurei ao meu redor, os métodos que causam dores
Nenhum deles me fizeram chorar, como suas palavras

Transforma o céu em um mundo de aflição
Onde a terra não é plana e incomoda meus pés
Onde o aroma das flores me lembra o seu perfume
Onde o mar me lembra claramente aquela cachoeira

Olha a nitidez do seu sorriso
Me contamina com um amor inexistente
Que é a epidemia dos fracos
E na terra, os fracos não tem vez

Tempo perdido com a procura intensa da felicidade
Esquecendo que a felicidade se faz
Querendo somar nossos bons tempos
Ter como resultado tudo aquilo que eu acreditava

O cão chamado esperança está faminto
Mas não o alimente, já que não tem vontade de criá-lo
Deixe-o uivar até se cansar
Ele irá sair de sua porta e irá pra outra

Ande, ande e divirta-se
Transforme-me em um incógnito à seus olhos
Alicerce seus sentimentos contra o sofrimento
Verás outra pessoa no espelho que te dei de presente

Troco minhas vontades por uma noite tranquila de sono
Enquanto o meu coração tenta te repelir
Sentir que a realidade é diferente do cinema que a mente projeta
Me faz perceber a magnitude do poder que tem a ilusão

As luzes no final do túnel eram holofotes
Atrás deles têm um muro alto de concreto
No chão encontro marreta e picareta
Logo um objetivo surge em mente

Quebrando lentamente o muro
Implorando por água pra tira o suor
Pequenos fragmentos de luz atravessam o muro
Espero que não sejam outros holofotes

Quanto maiores ficavam as luzes
Maiores ficavam minhas expectativas
Comprando uma agulha pra uma injeção de esperanças
Eu tento caminhar cautelosamente

Um comentário:

  1. Pôxa,

    simplesmente... adorável! Muito bem escrito, articulado, excelente mesmo! Parabéns! Acho que de algum modo todos acabamos passando por isso... Projetando versões hollywoodianas que no fim são bem menos grandiosas e eternas do que a realidade... Mas com uma picareta na mão, sempre podemos quebrar as dores e amarras de aço... É só uma questão de paciência... Sempre.

    Parabéns!

    Abraços...

    T2.

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